A JUSTIÇA DOS HOMENS

      Enquanto a justiça de Deus é representada pelo Soldado de Cristo, a Justiça dos homens é representada pela estátua
da deusa grega Diké, filha da deusa Themis,   filha de Urano (céu) e de Gaia (terra) esta a deusa grega  da justiça.
       Diferentemente da Justiça de Deus,  a  qual  acatamos  pelo livre  arbítrio  e  pelo  bem  que  ela  nos  trás  mesmo 
quando está contra nós,  a Justiça humana é   imperativa e coercitiva e segundo a lenda, os homens seriam obrigados a acatar as leis e os oráculos de Themis, como deusa da  Gré-
cia.
       Enquanto a deusa da justiça humana desapareceu com
o tempo, o Deus que garante a Sua justiça não teve princí-
pio, nem meio e nem fim, posto que é eterno e pelo Seu po-
der jurou para si mesmo, pois não  tinha  para  quem jurar,
que todos os homens, criaturas suas, se renderiam às  Suas
leis por livre e espontânea vontade, pois não haveria outra
alternativa, haja visto ter permitido que o homem, por sua
sabedoria e justiça construisse um mundo onde pudesse rei-
nar a paz, a fraternidade, a liberdade e a igualdade e mes-
mo sabendo que isso não daria certo,  assim permitiu  para
que o homem por si mesmo também chegasse a esta conclu-
são.
       Até aqui pudemos perceber algumas diferenças  ideoló-
gicas entre estes dois tipos de justiça, mas aprofundando no
assunto vamos perceber que  estas diferenças se tornam abissais até que chegarão a um nível insustentável, por exemplo: na imagem representativa da justiça humana vemos que a mulher está com os olhos vendados e isso  representaria  a  imparcialidade com que a mesma deveria atuar - ricos e pobres teriam o mesmo peso, isto é, seriam julgados sob critérios iguais, sem levar em conta a importância que a pessoa ou instituição ocupa na sociedade, sem levar em conta o seu grau  de  estudo e o
parentesco que possui com pessoas influentes  e  poderosas.
Na justiça de Deus o soldado de Cristo está com os  olhos  a-
tentos e empunhando a espada do espírito do Deus que tudo
sabe, tudo pode e tudo vê!
       Com base no princípio da imparcialidade  o  magistrado
humano apenas considera aquilo que é apresentado  nos au-
tos, ou seja, se alguma coisa não puder ser ali apresentada,
ela simplesmente não existe e não considera a  hipótese  do
perdão, assim todos os argumentos devem ser apresentados na petição inicial, também chamada exordial e se assim
não for feito aquilo que for verdade e não foi dita  a  tempo
torna-se mentira. Também não há perdão quando o seu  ad-
vogado, por engano ou mesmo lapso perde  o  prazo  para  a
argumentação. Para justificar este rigor aparente explicam
que se deve à celeridade que a justiça humana deve ter pa-
ra poder julgar inúmeros casos.
       Note que ao mesmo que nos obriga a confiar em um homem (o advogado) esta mesma justiça que nos obriga a isso, nos pune no caso de qualquer falha por parte do advogado, e se você quiser reclamar, deve entrar com ação contra aquele que te foi ordenado confiar, mas a Bíblia diz: "Maldito é o homem que confia no homem" (Jeremias 17:5)       Deus em sua justiça se utiliza de métodos mais simples,
mais justos, mais eficazes e  contempla  a  possibilidade  do
perdão, pelo seu insondável dom da onisciência tem conhe-
cimento pleno dos fatos que originou a  contenda  e  com  a
Sua aguda espada de dois fios capaz de discernir alma e es- pírito,  adentra  ao  mais  íntimo  da  consciência   humana, quando então tomado pelo maravilhoso espírito da justiça divina este homem se rende pedindo perdão e se não  tiver  culpa,  este mesmo espírito o revestirá  de  força,  sabedo-ria e bençãos para que supere a injustiça que lhe foi impos-ta e para isso não precisa de advogado, ele se dirige direta-
mente ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores! Se tiver culpa
e se arrepender verdadeiramente o Rei diz: corrige o seu er-
ro, vá e não peques mais e o toma em seus braços de pai.
     Os dois símbolos possuem a imagem da espada, porém  o
uso da mesma se dá de  maneiras  diferentes:  A  espada  da
deusa Diké simboliza o poder do estado e está pronta   para
te obrigar, ainda que injustamente a pagar o que não deve,
para te encarcerar e até te matar, posto que não pode  ver
além dos autos.
       Dentro dos planos de Deus para a humanidade, contudo está previsto que  "céus e terra terão um só governo", após Deus ter purificado a terra (Apocalipse 21:2-3). Alguns teó-
logos entendem que esta puricação ser dará por meio de fogo literalmente, mas outros  entendem que "fogo" é a forma metafórica para "ira de Deus", mas que haverão terremotos, tsunamis, e vários outros sinais que indicarão o tempo do fim.
       Podemos constatar que, sem dúvida, embora o poder de matar que o homem possui tem aumentado assustadora-
mente, temos de admitir que com a "Consolidação Univer-
sal dos Direitos Humanos" pela ONU, se proporcionou um certo avanço nas relações humanas e nos critérios de Justiça, visando torná-los cada dia mais justos. A JUSTIÇA QUE MATOU O BONDOSO JESUS CRISTO NÃO É A MESMA QUE MANTÉM PRESOS CRIMINOSOS DE ALTÍSSIMA PERICULOSI-DADE, mas possibilitando que mesmo presos possam praticar crimes bárbaros, posto que devido aos "direitos humanos" não podem ficar incomunicáveis por muito tempo.
       Pilatos, com o seu gesto de lavar as mãos, típico da cultura judaica, quis se fazer inocente da morte de um justo, isso porque a linguagem humana, seja ela escrita, gestual, artística e por fim, a linguagem jurídica humana
não consegue conceber os princípios intrínsecos da Justiça de Deus. Vamos observar a linguagem presente na figura da "Espada de Deus", a espada de dois gumes, que adentrando ao mais secreto da consciência humana, produz a justiça, que revela a verdade e esta trás a liberdade para ambas as partes, seja a vítima ou o réu, porque o simbolismo dos dois gumes indica que ao mesmo que ela expõe a verdade, também edifica, consola, justifica e regenera e é portanto completa e eficiente.
       A humanidade encontra-se a caminho da plenitude do conhecimento e assim, com o espírito e consciência cheios
da Justiça de Deus, devemos compreender que de igual forma as instituições humanas carecem da mudança de paradigmas e isso é algo muito complexo de se fazer. Diante disso, ainda que possamos compreender as fragilidades das instituições humanas e, especificamente a justiça humana, devemos todos nos submeter a ela, pois como diz as Escrituras, as autoridades são constituidas para o bem da humanidade, mas as críticas construtivas também devem ser acatadas pelos legisladores e pelos executores das leis.
       Ao afirmar que "A justiça dos homens é como trapo de imundícia" (Isaías 65:6) Deus pretende incutir no coração humano a busca constante do aperfeiçoamento da relações sociais, desta maneira uma sentença deveria ao mesmo tempo justificar o justo e edificar o "réu", enfatizando o grau de importância que se deve dar à vida humana, ainda que tenha o indivíduo cometido os mais graves delitos. Infelizmente sabemos que ao ser condenado por um crime grave, como um homicídio por exemplo, o criminoso além de perder a liberdade, quando se consegue julgá-lo e condená-lo, também dele é retirada a mais simples condição de dignidade humana, o que não é nada edificante, e passa esse indivíduo a ter uma perversidade ainda maior que antes. Este é o grande problema da justiça humana: quando consegue condenar raramente se vê os frutos da justiça em si mesma, ou seja, dificilmente edifica ou resgata, sendo por isso incompleta e necessita deixar de lado sofismas e paradigmas edificados sobre bases espirituais que ruiram (deusas gregas) e se firmar nos princípios da rocha eterna (DEUS E SEU VERBO (QUE SIGNIFICA AÇÃO) JESUS!

Por Nelsomar Correa


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